sexta-feira, 28 de abril de 2023

Concurso Literário Dr. João de barros - Escalão B - Menção Honrosa

 À procura do arco-íris


Acordei sobressaltada com o ruído ensurdecedor do despertador. O primeiro dia de aulas

havia começado! Levantei-me da minha confortável cama e realizei a minha monótona rotina

matinal. Enxaguei a minha face e escovei os meus dentes e o meu cabelo para comparecer

apresentavelmente na escola. Vesti a roupa que havia preparado no dia anterior. Uma camisola e

umas calças pretas. A minha cor favorita! Como esta cor simboliza, diversas vezes, a solidão e a

tristeza, sinto que assemelha-se com a minha personalidade misteriosa e triste. Estas parecenças

permitem-me explicar as inúmeras vezes que a utilizo.

Dirigi-me para a cozinha, onde a minha mãe preparava um delicioso pequeno-almoço com

um imenso sorriso nos lábios. Ao desviar o olhar na minha direção, a sua expressão alterou-se, o

sorriso desvaneceu e disse:

- Hoje é um dia deveras especial! Porque não sorris um pouco?

Ignorei-a completamente. A minha mãe não consegue compreender que as nossas

personalidades são diferentes e que, por isso, a minha expressão não se encontra tão alegre como

a sua.

- Sabes, em vez de seres um ponto preto, escuro e sombrio deverias encontrar o teu arco-

íris interior. Procura-o e descobre a tua verdadeira essência! – continuou ela, o seu monólogo

inspirador, que, novamente, decidi não interromper.

Sabia verdadeiramente que seria mais fácil encontrar o exato ponto de início de um arco-íris

do que tornar-me em alguém alegre e animado. Não voltei a refletir sobre o assunto…

Cheguei à escola e sentei-me no único lugar disponível na sala. Fiquei ao lado de uma

rapariga extremamente sorridente e simpática que, na altura, desconhecia. Decidi não iniciar

conversa com ela, mas, num ápice, ela acenou-me com simpatia e retribui o aceno, decidindo não

estender a conversa. As nossas personalidades distintas não iriam fortalecer a amizade.

No fim do dia, foi proposta, pelo professor, a realização de um trabalho a pares e o meu par

seria essa rapariga. Para receber uma avaliação que, minimamente, me pudesse orgulhar teria de

dialogar com ela. Ao realizar o trabalho proposto, pude aperceber-me o quão divertida e empática

ela era. Rapidamente nos tornámos amigas e, em certos momentos, eu sorri. Eu sorri! A nossa

relação tornou-se bastante forte e a minha felicidade interior foi exposta.

As palavras da minha mãe ecoaram na minha mente e, novamente, refleti sobre elas…

Talvez a rapariga se tenha tornado o arco-íris do meu ponto preto… Um sorriso enorme inundou o

meu rosto e, com energia, gritei: “Eu encontrei o meu arco-íris!”.

Bárbara Neto 

8.º A 

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