terça-feira, 30 de abril de 2024

Concurso Literário Dr. João de Barros

 1.º Prémio Escalão A

Matilde Pascoal, n.º 21, 5.º1 - Escola Básica João de Barros


Uma Viagem no Tempo

 

Numa manhã chuvosa de domingo, no mês de fevereiro, fui com os meus país e irmão visitar um museu novo que tinha aberto na nossa cidade. Entrámos no carro e após uma viagem de 20 minutos lá chegámos ao tal museu, tão falado pela cidade. Como era um local novo e que anunciava uma atração fantástica, estavam imensas pessoas à nossa frente. Quase me apeteceu desistir! Mas quando vi o cartaz que falava na existência de uma máquina do tempo, no final da visita, fiquei entusiasmadíssima.

Percorremos todo o museu acompanhados pela guia que nos ia explicando tudo o que estava exposto. Quando chegámos à última sala lá estava ela, a tão desejada máquina do tempo. A guia carregou num botão e abriram-se umas enormes portas metálicas as quais atravessámos, entrando num espaço quadrado cheio de espelhos, botões, alavancas e colunas. Assim que as portas se fecharam soou uma voz pesada perguntando qual o destino pretendido.

Estava bastante indecisa, pois não sabia muito bem se devia ir ao passado ou ao futuro. No entanto comecei a pensar que indo ao futuro poderia já não encontrar pessoas de quem gosto. E se os meus pais tivessem morrido? E se eu estivesse doente? Aí não, prefiro não saber isso, pelo que me decidi em transportar até  ao passado. Então respondi meio a tremelicar, que queria ir para o passado. A voz voltou a suar dizendo para apertar o botão verde, o qual correspondia ao passado. Subitamente, ouviram-se uns barulhos dentro da máquina. Parecia os motores de um avião a descolar. Fiquei um pouco assustada e agarrei a mão da minha mãe com força. Passados breves instantes o chão da máquina do tempo abriu-se e caímos num local que me era totalmente estranho. Um enorme campo verde com meia dúzia de casa, onde apenas se viam alguns animais a pastar, crianças a brincar na rua com cães ou gatos.

Não havia prédios, não havia carros nem estradas, apenas uma enorme planície a perder de vista. Aqui e ali uma pequena construção semelhante a pequenas cabanas. Começámos a andar, um pouco perdidos no meio do nada sem saber muito bem para onde ir. De repente, bem à nossa frente começa a surgir um enorme edifício de pedra cinzenta. Uau, era um castelo! Como assim? Tínhamos ido para um passado muito antigo? Isso era fantástico! Sempre quis saber como era a vida nesse tempo, o que se fazia nos castelos, quais as roupas que vestiam, estava bastante empolgada.

Corremos até ao portão principal e procurámos o guarda, para saber onde estávamos, quem era o dono daquele enorme castelo e se podíamos entrar. Quando lá chegámos, inexplicavelmente parecia que o guarda nos conhecia e que estava à nossa espera pois, assim que nos avistou disse para entrarmos, pois, sua majestade estava à nossa espera para o jantar.

Lá fomos nós acompanhados por um outro guarda até uma sala gigantesca com enormes quadros pintados nas paredes, cadeiras com costas altas, uma mesa comprida cheia de comida, iluminada por castiçais com velas. Ao fundo da sala havia umas portas duplas de madeira com ar pesado que chegavam quase até ao teto. Quando estas se abriram surgiu sua majestade o rei. Este convidou-nos a sentar e a contar o que estávamos lá a fazer e porque andávamos com roupas estranhas. Contei que entrámos numa máquina do tempo que nos levou ao passado e que vínhamos de 2024. Ficou impressionado quando lhe falei de como era Portugal em que eu vivia. Onde havia estradas que nos permitia ir de norte a sul em pouco tempo. Aviões que nos levavam em horas ao outro lado do mundo, onde os seus marinheiros levavam meses a chegar. Telemóveis para comunicarmos com as pessoas a qualquer hora e em qualquer lugar, enfim todas as comodidades modernas que temos.

Depois do comermos fomos convidados a visitar todo o castelo. Adorei todas as divisões, majestosas e imponentes com tetos altos cheios de pinturas. Janelas sem conta para todos os lados do castelo. Bem, a parte das casas de banho não me agradou muito, mas avancemos essa parte. Durante a visita cruzamos com alguns criados que tratavam do castelo. Quando espreitei pela janela vi uma carruagem a aproximar-se do portão do castelo.

Fomos convidados para um baile que ia decorrer no início da noite no salão principal. Para tal, teríamos de vestir roupas adequadas à época, as quais já estavam num quarto a nossa espera, juntamente com a ama que nos ajudaria a vestir. Enfiei-me a muito custo num daqueles vestidos com tecido que dava para fazer cinquenta. Veste saia em cima de saia, aperta fitas, mal me conseguia mexer. Já para não falar dos sapatos que me ficavam apertadíssimos. Coitadas das rainhas e das princesas sempre assim vestidas. Mas, quando me vi ao espelho até gostei do resultado.

Desci a escadaria, com um terrível medo de cair. No salão do baile estavam imensas pessoas que não conhecia, mas imagino que fossem pessoas importantes. Dancei e diverti-me imenso durante a noite. No final da festa fui para um dos quartos do castelo descansar.

Devo ter dormido por horas seguidas. Quando me voltei-me na cama e abri os olhos, o sol já espreitava pela janela. Meio confusa percebo que estava no conforto da minha cama, rodeada de tudo o que me era familiar. Afinal, tudo tinha sido um bonito sonho que me levou ao passado.

 

Sonhadora

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